FORMAÇÃO
INTEGRAL, PERCURSO FORMATIVO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
A renovação da Proposta
Curricular do Estado de Santa Catarina ocorre em face dos desafios atuais que
perneiam o campo educacional, contudo, tendo como atual sua base
teórico-metodológicas.
A transformação do modelo
tecnicista hegemônico, no campo da educação, para uma abordagem
histórico-cultural, apresenta-se como uma alternativa de compreensão e
transformação no processo de ensino e aprendizagem, e desenvolvimento humano.
Cabe ressaltar que a
atualização da Proposta Curricular manifesta algum pluralismo
teórico-metodológico, expressando o próprio movimento político e epistemológico
presentes nos debates contemporâneos sobre a educação, bem como possíveis
contradições deles decorrentes.
A atualização resulta, pois,
da atividade coletiva de diferentes grupos de professores e gestores
educacionais. Proveniente, das redes de ensino estadual, municipal, federal e
privado.
A plataforma disponibilizou
espaços interativos denominadas salas do saber. Os participantes tiveram acesso
as webs conferências aos textos anteriores da Proposta Curricular de Santa
Catarina, a fóruns e textos complementares que compuseram a totalidade do
material de apoio para este movimento de atualização. A metodologia de trabalho
em síntese, constitui em processo de leitura, discussão e produção de textos,
considerando-se as contribuições dos professores das redes inscritas na
plataforma.
O presente documento está
estruturado em duas relações: a primeira é dedicada a apresentar o resultado
das discussões sobre a Educação Básica e a formação integral. Na segunda parte
destacam-se as contribuições das áreas do conhecimento para a Educação Básica e
a Formação Integral.
A Formação Integral tem
assumido papel cada vez mais central no debate sobre os pressupostos e
finalidades da Educação Básica no Brasil. Quanto mais integral a formação dos
sujeitos, maiores são as possibilidades de criação e transformação da
sociedade.
A busca pela Formação
Integral é, portanto, parte da experiência humana qual as escolarizações vão
ocupando lugar central. A educação, é nesse sentido, expressão do desejo e do
direito humano fundamental.
A grande questão em pauta,
então não é a vontade ou a importância de Formação Integral como projeto
educacional, mas a reconfiguração da escola e do currículo escolar necessária
para a sua materialização.
A noção de currículo
integrado se torna fundamental, onde expressa a intencionalidade coletiva da
ação pedagógica nos planos de ensino e aprendizagem, compondo um currículo mais
orgânico, quando tomamos a Educação Integral em uma perspectiva
histórico-cultural, haverá formação que considere a emancipação, a autonomia e
a liberdade para sua cidadania ativa e crítica onde o conhecimento é um
artefato humano produto e produtor da cultura, conectando a realidade ao
sujeito.
O ponto de partida é o
sujeito, que nas experiências de vida e nas relações com os outros sujeitos,
faz apropriações do mundo mediadas por diferentes linguagens. Esse sujeito tem
o direito a uma formação que tome todas as dimensões que constituem o ser
humano, havendo a promoção do diálogo entre as diferentes áreas do
conhecimento, escolhas teórico-metodológica, reconhecimento da diversidade e da
democratização da gestão e dos processos educativos. No conjunto desses
movimentos a articulação entre as áreas do conhecimento torna-se fundamental,
contribuindo na formação mais completa dos sujeitos na medida em que sugerem a
organização de trabalhos pedagógicos nos quais diferentes componentes
curriculares possa dialogar e compartilhar conhecimento para haver assim
Formação Integral.
A PC desenvolvido pela
escola estrutura em torno da organização escolar curricular e é desenvolvida
levando-se em conta os diferentes elementos da cultura e de cada indivíduo e
suas capacidades.
Dessa forma todas as
atividades desenvolvidas pela escola devem levar em conta a realidade da
comunidade escolar. Por isso, ao desenvolver o processo de elaboração do
Projeto Político Pedagógico da escola deverão contemplar não somente as
atividades de ensino e educação, mas envolver de forma igualitária todos os sujeitos,
incluindo adultos, idosos mas priorizando de zero a dezessete anos.
Como a formação do aluno se
do tanto ao longo da vida, faz-se necessário promover diálogo com os diferentes
aspectos da cultura, para promover a ampliação e complexidade de seus conhecimentos
e conceitos.
O professor na sala de aula
trabalha com diferentes formas de pensamento, por isso o papel dele é mediar
esse conhecimento, através de atividades que permitam compreender se o conteúdo
está sendo entendido aprendido ou não, e as medidas, ações necessárias para
redirecionar a busca de um nível avançado do conhecimento.
O trabalho pedagógico tem
por objetivo ampliar os conceitos culturais já existentes sem negar aquilo que
já sabem, e com isso lhes permitir analisar o modo de ser e estar no mundo.
A proposta pedagógica deverá
ser atualizada constantemente, tendo em vista os desafios e as diferenças que
marcam os sujeitos, na diversidade em que se constituem.
A Proposta curricular de
Santa Catarina foi organizada e pautada de acordo com a teoria-cultural e da
atividade. Nesta teoria, evidencia-se as características humanas que foram
constituídas historicamente levando em consideração a singularidade do sujeito
relacionado a sua própria humanidade.
Nos processos de
desenvolvimento relacionados ao ser humano, a vivência em grupo, desenvolve a
necessidade de organizar atividades práticas e a interagir de maneira
constante. A linguagem que é uma possibilidade nesse processo, faz com que haja
no ser humano, o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, tais
como, atenção, memoria, representação etc. estas funções auxiliam na
estruturação da consciência do pensamento humano e possibilitam operações
abstratas.
A natureza humana não é dada
de forma biológica, conforme constante na Proposta Curricular do Estado de
Santa Catarina, mas é produzida a partir do percurso formativo de cada novo
ser, já que a humanidade é forjada social e historicamente nas relações
intersubjetivas e, constantemente, nos processos de mediação.
A mediação permite que as
gerações anteriores viabilizem as novas gerações, o conhecimento e os traços
culturais deixados pelas culturas antecedentes, articulando a estes o
conhecimento vigente de suas produções e vivências.
É através da apropriação
cultural, por intermédio da linguagem, que os sujeitos desenvolvem aspectos
emocionais, cognitivos, psicológicos e sociológicos de maneira a se tornarem
elementos significativos da conduta, percepção, linguagem, pensamento e
consciência.
As funções psicológicas
superiores surgem primeiramente na esfera social. Em um momento posterior, tais
funções se constituem em atividades individuais como propriedades internas do
pensamento. A função dos profissionais que atuam na Educação Básica é organizar
e planeja atividades voltadas para as interações e os processos de mediação
para que cumpram com a função que lhes cabe em meio as sociedades
contemporâneas.
As atividades organizadas no
espaço escolar são direcionadas a um objetivo, implicando no estabelecimento de
reações conscientes com ou a partir de dada atividade. A organização de uma
proposta curricular deve visar o ensino, assegurando a singularidade de cada
um, independentemente da idade cronológica.
A proposta curricular por
interesses e necessidades de todos, tendo em vista sua formação integral.
Salienta-se que a
compreensão da aprendizagem e o desenvolvimento humano são processos
sobrepostos. A elaboração conceitual do trabalho pedagógico, ampara o
desenvolvimento das funções superiores da consciência e que consta do resultado
de conceitos cotidianos e sistematizados. O objetivo de tal conhecimento,
reflete nas ações educativas dentro do espaço escolar, como forma de aprofundar
e amplificar a capacidade de compreensão e ação voltada para o sujeito.
O conceito estabelece
relações didáticas de compreensão da realidade e resultada das relações sociais
entre indivíduos.
Grupos diferentes
desenvolvem conceitos diferentes e podem ser divididos em conceitos cotidianos
que surgem a partir das experiências sensoriais e estabelecem-se como as
primeiras explicações do entendimento e da ação sobre a realidade. Já o
conceito sistematizado que resulta de ações intencionais e claramente
objetivadas abre a possibilidade de reestruturação necessária para dominar as
propriedades do conceito que estão imersos num processo de continua interação
para desenvolver mudanças estruturais.
É na generalização dos
conceitos que se torna possível que os conhecimentos fragmentados pelos
diferentes componentes curriculares encontrem o espaço e a forma a oferecer uma
compreensão totalizada da realidade analisada.
Por meio das atividades de
estudo, de organização social, de desporto, de artes, desenvolvem-se nos
sujeitos a superação das necessidades relacionadas ao trabalho, à profissão e
outras vistas em meio ao espaço social.
A estruturação das
atividades pedagógicas na Educação Básica serão frutos do entendimento que se
tem sobre o desenvolvimento humano. Tendo em vista a importância para o desenvolvimento
das diferentes capacidades humanas, podemos reiterar que a importância dos
jogos protagonizados para o desenvolvimento das crianças em idade pré-escolar
deva ser constituir em atividade curricular. Os jogos continuam sendo
fundamentais para o desenvolvimento e não perdem sua importância quando ela,
aos seis anos, ingressa no Ensino Fundamental.
Estes aspectos contribuem
para a seleção das metodologias a serem adotadas no planejamento do trabalho
pedagógico em diferentes modalidades.
Seriam, assim, atividades
principais e não as etapas da educação básica que definiriam as estratégias
metodológicas a serem adotadas para a consecução dos objetivos educacionais
tendo em vista a formação integral dos diferentes sujeitos acolhidos em toda
Educação Básica.
Enquanto escola precisamos
priorizar a realidade do aluno para construir um projeto que atenda aos
interesses, da comunidade escolar. Contribuindo assim para a construção da
identidade dos educandos, trabalhando em meio as diferenças de cada aluno.
A partir desse entendimento,
a escola tem o compromisso de se relacionar com outras instituições para
desempenhar seu papel social e isto deve estar explicito no PPP. O PPP é um
termo político que deve ser construído coletivamente, sendo assim um elo de
ligação entre pais, alunos e comunidade. Neste documento deve ser abordado a
concepção que a escola segue, seus objetivos para conseguir detectar os
problemas existentes e buscar soluções possíveis.
Um dos grandes problemas
encontrados é a defasagem de alunos devido a retenção escolar, principalmente
nas escolas do campo onde há falta de incentivos para os alunos concluírem as
series finais de E.F e o E.M.
O currículo escolar consiste
em repensar tempos, espaços e formas de aprendizagem para desenvolver uma
educação integral, fazendo com que os educandos relacionando os conhecimentos
teóricos com a sua prática.
A seriação é uma forma de
organização do tempo e a maneira do professor organizar os conteúdos conforme a
faixa dos alunos, mas é preciso respeitar o tempo de aprendizagem de cada um.
Sendo que um ponto negativo da seriação é a progressão automática.
A avaliação é essencial no
processo formativo, é a partir dela que o educador consegue diagnosticar os
resultados de aprendizagem e ter um olhar reflexivo e crítico de sua pratica
buscando novas práticas que atendam às necessidades de cada aluno. Ou seja, a
avaliação deve servir como instrumento de inclusão e não de classificação ou
exclusão.
É necessário que faça
registros, relatos e conselhos de classe coletivos para expor os resultados
alcançados. Além disso, há também outras propostas de avaliação como prova
Brasil, PISA e ENEM.
Cursistas:
Cleusa Maria Trevisol
Cadore;
Ivanete Romio Arconti;
Denise Vicentini;
Claudete Faust;
Eliara Maria Bandiera;
Neuri Schneider;
Tania Fatima De Rocco;
Sandra Rodrigues da Silva
Isotton;
Solange Turani;
Valdecir Dill;
Vera Lucia Schmitz;
Um comentário:
"Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito" ( Pitágoras)
Muito bom parabéns ao grupo.
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